segunda-feira, 15 de junho de 2009



     Analisando as práticas do processo criativo e pedagógico, observo que desenvolvo um tipo de escritura em que estão presentes as ações de inventariar e reconfigurar resíduos e fragmentos. Esta operação se aproxima da idéia de montagem ou edição presente também no vídeo e na foto. Daí ser possível colapsar anúncio de Veneno para Rato, com anúncios de cartões de crédito, com fragmentos de corpos para anunciar/enunciar uma outra escrita, antídoto da cartilha da boa escrita. Ao pensar que a apropiação de diferentes informações que acontece na investigação corporal se aproxima da lógica da edição ou montagem, suponho que essa lógica contribua bastante para que a caligrafia ou design performativo desta dança alimente um diálogo constante entre corpo, vídeo e foto.
   Ao inventar uma dança como caligrafia=design performativo invento minha fala, meu fazer-dizer como diz Setenta. Porém, a singularidade desta fala é compartilhada, fruto de encontros e contaminações, por isso, quando desenvolvo este Veneno para Rato sou cúmplice das caligrafias de muitos autores para evenenar a idéia de cartilha ou modelo da boa escrita. Desmistificando um pensamento único a seguir, reorganizo muitos pensamentos para caminhar.

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